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INISTÉRIO ÚBLICO EDERAL

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Texto Completo do Processo
M P F
INISTÉRIO ÚBLICO EDERAL
empresa opera as operações, realiza os gastos, efetua as contratações, e as
outras empresas custeiam essas despesas, então essa empresa vai contratando
as empresas que fazem, contrata sonda, contrata a empresa que faz a sísmica
e solicita caixa para os seus sócios, no caso na época da perfuração do poço
os sócios eram a Shell e a Petrobras, em dado momento a CBH não
conseguia mais cumprir com essas obrigações financeiras que seriam a parte
dela que cabia nessa socie ***** Para ver o conteúdo completo, assine um plano. dade, e para não deixar os fornecedores sem
pagamento para não tornar esse consórcio, até a Petrobras como parte do
negócio, inidônea lá, a gente teve que assumir as despesas, a Petrobras e a
Shell assumiram as despesas da CBH, e isso não foi ressarcido à Petrobras,
nem à Shell, esses 46 milhões, e no final, eu não tenho certeza como isso se
finalizou, mas até onde eu sei a Petrobras assumiu 50% disso, 23 milhões e
alguma coisa aí, e a Shell assumiu a outra metade.
Ministério Público Federal:- Essa empresa chegou a aportar investimentos
na campanha exploratória desse campo?
Depoente:- Chegou, sim.
Ministério Público Federal:- Ela tinha, pelas pesquisas feitas pela equipe
de auditoria e pela área interna da Petrobras, ela tinha know-how no mercado
de exploração de petróleo internacional?
Depoente:- Não, era uma empresa desconhecida, esse foi um dos pontos
levantados, era uma empresa que só detinha este ativo, sem experiência no
mercado de petróleo, inclusive ela contava apenas com 6 funcionários, se eu
não me engano, então, quer dizer, era uma empresa que não detinha estrutura
para estar operando uma operação complexa desse porte.
Conforme relatado pela testemunha, em outubro de 2010 o
Gabinete da Presidência da PETROBRAS (GAPRE) realizou levantamento sobre a
empresa CBH e disponibilizou relatório da empresa Dun & Brasdtreet, que identificou
tão somente o endereço e o telefone da empresa no Benin, o diretor da empresa e que
a empresa tinha somente 6 (seis) empregados. Em suma, uma das maiores
companhias petrolíferas do mundo, a PETROBRAS, estava se associando com uma
microempresa do oeste da África, em um negócio milionário.
No mesmo sentido, também em outubro de 2010 foi emitido o
relatório IM 2010 pela área de Inteligência de Mercado da área Internacional (INTER-
DN/IM), onde foi informado que a CBH não possuía dados financeiros divulgados e
que, após esgotar a busca nas ferramentas de pesquisa disponíveis, não era possível
afirmar que a CBH tinha saúde e capacidade financeira satisfatória.
A auditoria interna realizada pela PETROBRAS consignou, no
Relatório de Auditoria n° R-05.E.003/2015 (evento 87), que quanto ao relatório IM
2010 não foram obtidas “evidências de que essa informação foi repassada” à
Diretoria Executiva e ao Conselho de Administração da PETROBRAS, responsáveis
pela aprovação final do negócio. Segundo a equipe de auditoria, a “associação com
empresas com capacidade financeira desconhecida aumenta o risco de não
pagamento (default) pelos consorciados”. Ou seja, tais informações foram
sonegadas aos colegiados da PETROBRAS.
Efetivamente, JORGE ZELADA tinha conhecimento de tais
indicativos de incapacidade financeira da CBH, pois foi subsidiado pela área de
inteligência da companhia. Não obstante, ZELADA manifestou sua concordância com
a proposta de contratação e a submeteu à Diretoria Executiva, sem, contudo, cientificar
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Cadastrado em: 10/08/2025 16:55
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